Você conhece a verdadeira história de "No Woman No Cry"?
Você conhece a verdadeira história da música "No Woman, No Cry"?
Seja você fã de reggae ou não, é muito provável que conheça a canção "No Woman, No Cry". É uma das músicas mais tocadas em todo o mundo, tendo tido inúmeras versões.
Ela foi gravada pela primeira vez em 1974, no álbum Natty Dread de Bob Marley, mas foi a versão ao vivo, do álbum Live! que estourou nas paradas de sucesso.Está em 37º lugar na lista das 500 melhores canções de todos os tempos da revista Rolling Stone. Mas a história da música e de quem realmente a escreveu ainda hoje gera polêmica.
Oficialmente, a autoria da música é de Vincent Ford, um amigo de infância de Bob Marley, conhecido como "Tata". Assim como Bob, ele morava em Trenchtown, uma das favelas pesadas da Jamaica.
Portador de diabetes, Ford teve as duas pernas amputadas, e vivia numa cadeira de rodas, o que não o impediu de salvar um jovem que quase morre afogado, quando ele também era adolescente. Além disso, Ford mantinha um centro que distribuía sopa para os mais pobres e moradores de rua.
Ford nunca afirmou que teria escrito a música, mas também nunca negou. Historiadores do reggae, jornalistas e pessoas próximas, no entanto, afirmam que foi Bob Marley quem, de fato, escreveu a canção no quintal do amigo Ford, conversando e refletindo sobre a vida, lembrando de seu passado, das rodas de violão e dos amigos que faleceram.
Bob, que já fazia sucesso fora da Jamaica, teria cedido os direitos autorais de "No Woman, No Cry" à Ford, para evitar algumas questões contratuais, e para garantir o sustento do próprio Ford e da sua obra de caridade, distribuindo sopa aos necessitados.
A música é uma contemplação das alegrias, tristezas e complexidade da vida pobre no gueto, ao mesmo tempo em que humaniza seus moradores como pessoas com as mesmas aspirações e esperanças que qualquer um . Descreve a vida nos jardins públicos de Trenchtown, onde Ford e Marley viveram durante a adolescência.
A separação e a perda formam o tema primário da canção, e é destacada pela alternância "tivemos/perdemos" na passagem "good friends we have/ oh, good friends we have lost" ("bons amigos tivemos/ bons amigos perdemos").
A letra também se destaca por representar como personagem uma mulher, residente do gueto, que é consolada e motivada com empatia, sem conotação sexual Assim como "Johnny Was", discute a condição das mulheres em contextos não-românticos, representando-as como vítimas de uma rede de pobreza e violência do gueto urbano.
Ao longo dos anos, a música foi alvo de processos na Justiça, por questões contratuais, mas, oficialmente, a autoria permanece atribuída à Vincent Ford, que continuou recebendo o valor referente aos direitos autorais da canção e administrando a cozinha comunitária de sopa em Trenchtown, até sua morte em 2008.
"Eu gosto mesmo de 'No Woman, No Cry', porque ela significa tanto para mim, tem tanto sentimento. Eu realmente a adoro."
— Bob Marley

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